HumAna










Ana Paula Dias
Designer Gráfica e Web Designer
Idealizadora do HiperSocial Pelotas





O uso (ou não) do palavrão



Esta semana deparei-me com um assunto peculiar, quem sabe até polêmico, com certeza instigante: o uso ou não do palavrão por mulheres. A meu ver, a conversa já começou torta. Ao discutir o uso de palavras de baixo calão apenas por mulheres, já entramos na questão do sexismo. As coisas para mim são bem mais simples: o que fica “feio” para as mulheres, fica "feio" para os homens também. Afinal, atitudes negativas fazem mal para o ser humano, independente do sexo.


Porém, esta colunista estava exatamente defendendo que não, não se deve julgar uma pessoa pelo modo como ela fala corriqueiramente. Mas sim pelos seus atos no dia a dia. Eu explico: desde que você saiba onde e quando falar aquele belo e sonoro “put a keep are will”, não há problemas nenhum nisso. Você não será uma pessoa mais ou menos digna.


Porém, eu conversava com uma pessoa mais conservadora, que insistia em formular sua opinião de acordo com a visão de terceiros: “Se tu visses a cara que meu amigo ficou quando viu a guria falando daquele jeito...” Ele insistia em terminar a história, certo de que se eu soubesse o final, nunca mais falaria nem um simples “merda” na minha vida. Só que histórias vazias não acrescentam nada, Aliás, como o nome mesmo já diz.


A explanação defendia ainda mais absurdos: que as mulheres não podem falar este tipo de linguagem e nem gírias. E como se o preconceito já não fosse grande, ainda houve uma determinada comparação um tanto estarrecedora: “mulher que fala palavrão, pra mim, ou é machorra ou prostituta”.


Pásmem. Façamos agora um minuto de silêncio para nos recuperarmos de tal agressão social.


Desde quando o que se fala, ou como se fala, define a sexualidade de uma pessoa? Enquanto a briga entre o pastor Silas Malafaia, geneticistas e psicólogos está cada vez mais acirrada – e interessantíssima - na internet, meu amigo definiu da forma mais simples possível: me digas o que falas e te direi com quem vais pra cama.


O quê?


Ou, como o pessoal costuma escrever: “WTFT?” – sigla para What’s The Fuck This? (tradução em Google)


Preciso ressaltar que eu não conversava com um senhor de 90 anos, mas sim com um adulto de 40. A conversa revelou não somente preconceitos ridículos, como o machismo. Mais uma vez, a velha história, das coisas que os homens podem fazer e as mulheres não podem.


Usar de palavras de baixo calão, ou mesmo gírias, em público, no trabalho, na rua, na escola, nas redes sociais, enfim, onde mais pessoas possam escutar ou ler, pode ser prejudicial para homens, mulheres, crianças, idosos, para qualquer um. Fica a cargo de cada um escolher falar ou não. Esta é a democracia do livre pensamento. Se eu estiver a fim de falar, falo. Simples. Não define em nada o meu caráter, muito menos minha sexualidade. Se você que está lendo, prefere não falar determinadas palavras, por que  sente-se mal ao expressa-las, não fale! Não force o que você não quer fazer.


Agora, mais uma vez, voltamos ao mal da sociedade: pré-julgamentos, pré-conceitos. Neste caso, sem nem ao menos fazer o mínimo sentido.


Quem nunca deu com o dedo mindinho do pé na quina da cama e saiu – mesmo que pensando – no “filho de mãe meretriz”?


Quem nunca teve vontade mandar o vizinho que escuta música alta, de péssima qualidade e nas horas mais impróprias, para fazer uma longa viagem para “aquele lugar onde as pessoas recebem favores sexuais de forma agressiva na retaguarda”?


Tenho certeza que pelo menos mentalmente, você já deve ter pensado em coisas até piores. Mas a mensagem que fica é para termos mais cuidado em como julgamos as pessoas? Quais os critérios que usamos? Eles realmente são válidos?


Deixo para vocês um vídeo que bombou na internet, com os atores e comediantes Marcius Mellhem e Leandro Hassum. O texto é hilário! Eles aparecem de um modo bem diferente da forma como costumam atuar na televisão aberta. No show que fizeram no aniversário de uma empresa, parte do roteiro de piadas e comentários do dia a dia, referia-se justamente ao Uso do Palavrão. Divirta-se!



Para ler:

A Editora Leitura resgata a minuciosa pesquisa de Mário Souto Maior acerca do vocábulo popular brasileiro e lança nova edição de Dicionário do palavrão e termos afins. Seduzido pela sugestão do sociólogo, antropólogo e amigo Gilberto Freyre, o folclorista pernambucano Mário Souto Maior levou mais de cinco anos terminar o trabalho. Souto Maior distribuiu oito mil formulários em todas as regiões brasileiras, consultando todas as camadas sociais, pessoas dos mais diversos níveis intelectuais, de ambos os sexos, das mais variadas idades e condições econômicas. São mais de 3.500 verbetes, o que apresenta uma deficiência de palavrões da língua portuguesa, já que os vocabulários alemão e francês possuem, cada um, mais de nove mil palavrões. Logo que pronta, em 1974, a obra foi censurada pelo regime militar e só publicada na década de 80.



Um super beijo e até semana que vem!


Ana Paula Dias
Idealizadora HiperSocial
 





CMP 1996
















Uma das maiores funções das redes sociais, ao meu ver, é diminuir distância e aproximar o tempo. Quem já reencontrou pessoas queridas que fizeram parte da sua vida sabe bem o que estou falando. Fico chateada com quem fala mal da internet, mais especificamente das pessoas que “encontramos”, sem se dar conta de que a web é o que nós somos. Posso garantir que uma das coisas mais deliciosas é reencontrar alguém. E esta semana, eu encontrei quase 30 pessoas! 


Ano de 1994, segunda chamada feita na frente do Colégio Municipal Pelotense, avenida Marcilio Dias, 1.597, centro de Pelotas. Alunos esperavam por seus nomes serem chamados, por ordem de pontuação. Lembro que a segunda chamada foi feita sem divulgação na mídia local. Quem ficou sabendo, foi. Quem não sabia – e se por acaso tivesse uma classificação no concurso – ficou de fora. 



A turma era a 1ºB, enorme, muitos alunos para uma sala de aula. Mas com 14 anos, aos meus olhos, o colégio todo era enorme. Nossa sala ficava no segundo piso, mas nossa vontade era estudar no terceiro, ainda novo, recém pintado. Bobagem adolescente, pois inúmeras eram as vezes em que descíamos para ir até o xeróx do estudante, intervalo, bar, auditório, ginásio, teatro, biblioteca, áudio-visual. O curso parecia nome de sigla partidária: PPT, Preparação Para o Trabalho – o interessante é que nunca tivemos se quer uma aula ensinando a fazer um currículo ou como se comportar em uma entrevista. 




As aulas eram bem mais puxadas do que qualquer outro colégio da rede pública, ainda mais com a mudança da 8º série para o então chamado “segundo grau”. O que nunca nos impediu de dar boas risadas durante todo o ano. 


A turma das quietinhas, ficavam na janela. Até hoje me pergunto, como elas conseguiam estudar das 7h30 às 12h sem conversar quase nada? Que inveja! 




A turma do barulho, onde? Claro, no fundão! Era o pessoal que jogava vôlei no time masculino da escola, o pessoal que cultivava “gostos diferenciados pelo herbalismo”. Dava de tudo ali, mas tudo gente boa! Quando eu estava de saco cheio, ia pro fundão! Quem nunca?




Na direta, a fila de cadeiras na parede. Ali deveria ser algum reduto oficial de um dos times da capital. Provavelmente atraídos por osmose, todos torciam fervorosamente pelo mesmo time, assim como a paixão pelo tradicionalismo gaucho. 




No meio. Na meio ficava eu. Eu e minha turma. Minha turma era toda a turma, mas claro que eu tinha os mais chegados. Dessa mistura resultou uma chapa para concorrer as eleições do grêmio estudantil. Ganhamos! Aliás, uma chapa super democrática. Em 1995, 80% dos alunos do grêmio eram da nossa turma. As festas que fazíamos, apesar de divertidas – tínhamos até colegas na banda que tocava - não eram tão engraçadas quanto as reuniões com toda a comunidade estudantil, fazendo muito barulho em um auditório fechado. Sentávamos na mesa para discutir as questões com a galera e os debates rolavam soltos. Uns mais politizados, outros adorando matar aula. 




Em 1994, choramos a morte do ídolo Ayrton Senna. Teve caminhão de som na frente do colégio, com hino nacional e tudo. Uma de nossas colegas preferiu ficar na janela da sala de aula, observando tudo de longe, aos prantos. Na época, achávamos que talvez teria sido um exagero. Hoje, quando escutamos o tema da vitória, ficamos arrepiados e emocionados. Talvez ela tivesse razão em chorar. 




No mesmo ano, paramos as aulas e o trânsito! A Marcilio Dias é uma das ruas mais movimentadas da cidade. Mas isso não nos impediu de deitarmos no asfalto. Exatamente. Uns deitados, outros sentados, o fato era que ninguém trafegava em nenhum dos sentidos. A “população” do colégio havia aumentado muito. Ou eram eles – os ratos – ou nós! A Brigada Militar veio - com toda a paciência - e nos retirou do local. Já as ratos tiveram bem mais tempo para sair do colégio. 


Em Brasília, o sindicalista conhecido perdia o pleito presidencial mais uma vez, novamente para um Fernando. E nós nem imaginávamos que aquele cara, mais tarde, daria um tapa no visual, ficaria 8 anos no poder e sairia dizendo “eu não sabia de nada”. Eu fiz 15 anos, sem valsa, mas com muita alegria. Mas o tal do Plano Real quis aparecer mais do que eu e deu um colorido às carteiras de todo mundo. 


Em 1995, uma turma muito doida de Santos fazia sucesso estrondoso. E a nossa turma, cantava junto! Fizeram sucesso por apenas 5 meses e nos deixaram assustados em saber como a internet pode divulgar fotos jamais mostradas pela televisão. As manhãs de segundas, nas aulas de Biologia, “Azão” e “Azinho” dividiam espaço com o resumo do “Sai de Baixo” da noite anterior. Risada geral. Só uma professora tão querida como a (Tia) Rose para ser eleita nossa oradora. 


Em 1996, ano de correria: alguns tentariam pela primeira vez encarar o monstro chamado vestibular. Eu? Não sabia nem que eu já tinha crescido quanto mais o que eu seria quando crescer. A turma continuava unida, já em clima de saudades. O que eu particularmente não sabia, é que sentira tanta falta dos meus colegas no ano seguinte. E no outro, no outro...


O som das gargalhadas gostosas ficaram para trás, cedendo espaço par ao odor do café preto, planilhas amontoadas, computadores, telefones, reuniões. Metas e mais metas. Café quente aliás para acordar pela enésima vez e produzir mais em menos tempo. Ah, aquela esfirra do bar do Pelotense! Aquilo sim era lanche, e não esse pão com molho chamado cachorro quente. 


Para todas as fases, todas as vontades. Cada idade tem seu prazer e medo, como já disse Frejat. Só queremos deixar um breve recado, da turma de formandos de 1996, 3º B. 


Se você nasceu entre 96 e 98, saiba que você está cursando os melhores anos da sua vida! Faculdade nenhuma vai te dar os amigos que estão ao seu lado, os mais parceiros, os mais engraçados ou os mais divertidos. O colégio é bom demais e as provas em papel são grandes brincadeiras perto das provas da vida. Aproveite, curta, namore, ria, cante muito! 


Nós fizemos isso! Valeu, galera!!! 

Esta era a camisa da nossa turma! Confesso que a dona está bem menos conservada do que ela. Mas dentre tantas profissões, colegas, eu me tornei designer gráfica. Viva o Photoshop! Vai um ai, classe de 96?



ANA CAROLINA M. FERREIRA
ANA PAULA CARVALHO DIAS
ANA PAULA LUCENA MUNHOSO
ANA PAULA REDÜ FIGUEREDO
ANTÔNIO CARLOS  C. LIMA
CAMILA R. G. BARCELOS
CARLA PIEREN DOS REIS
CLAUCIO FARIAS BRIÃO
DIEGO GONÇALVES PEREIRA
FELIPE CAMACHO
FERNANDA SILVEIRA BARBOSA
INÊS SIQUEIRA (GUY)
HELAMÃ BURMANN DA SILVA
JOSÉ INÁCIO V. GONÇALVES JR.
JULIANO WALTZER DA SILVA
LEONARDO LAGES
LISIANE CENTENO COSTA
LUCIANE NUNES DE SÁ BRITO
MARCELO P. MARTINS
MAXIMILIANO LEVIEN
MICHELE FÔLHA
NAIRO L. VIEIRA ZAFALON
NATANIELE LIMA CAMPOS
PAULA VEIGA OLIVEIRA
RAQUEL BOTELHO
SANDRO DIAS
TATIANA AMARAL COUTINHO
TIAGO BONILHA DE SOUZA
VIVIAN KÜTNER MÜLLER
ZILENE MESQUITA RUZICKI


Para animar meus velhos amigos, fiz uma seleção bem interessante de músicas daquela época! Cada uma com seu estilo.

>> Aulas de Inglês:

PERHAPS LOVE – JOHN DENVER & PLACIDO DOMINGO


>> Mais divertida:
MAMONAS ASSASSINAS - ROBOCOP GAY




>> Mais dançante:
VILMA PALMA E LOS VAMPIROS - LA PACHANGA




>> Melhor música para coreografias de grupinhos no Sai Capeta:
SKAK - GAROTA NACIONAL



>> NOSSA FORMATURA:
GLORIA STEPHAN - REACH



Até a próxima!
Ana Paula Dias
Idealizadora HiperSocial



Decisões conjuntas, parceria fortalecida

Quem nunca ouviu por ai que mulher gosta de homem cafajeste? Nós sabemos que é mentira. O estilo “cafa” pode até ser sedutor na novela, quem sabe até numa noite descartável – sim, os homens têm este direito e nós também, mas isto é uma outra longa história. Na vida real, nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno.



Por outro lado, aquele homem que se derrete em elogios 24 horas e parece babar por todos os nossos passos, acaba nos tirando um fator que eu, pessoalmente, considero essencial para qualquer relacionamento: o fator surpresa, a criatividade. Homens que tendem a ser muito passivos geralmente fazem a linha “o que você decidir está bom, querida”. Pode parecer um amor no começo, mas depois de algum tempo, você estará precisando urgentemente que ele tome as decisões tanto quanto você. Se apenas uma pessoa fica responsável por tomar todas as decisões, desde a decisão sobre qual restaurante ir ou sobre qual filme ver no cinema, até as mais complicadas como viagens em conjunto, visitas às famílias ou mesmo quando morar juntos ou não, o resultado é quase sempre o mesmo. 

Para quem “manda”, ou melhor, sempre decide, fica a grande responsabilidade de sozinho fazer a relação de duas pessoas darem certo. Uma responsabilidade que sem duvida nenhuma deve ser sempre dividida. Se no começo a sensação de poder predomina, depois de algum tempo o que fica é a asfixia de não poder contar com ajuda da outra pessoa. 

E quem disse que o “mandado”, aquele que tem a postura mais passiva da relação, “tudo bem por mim”, está sempre feliz? Se por hora ele tenta agradar, após algum tempo ele está lavando as mãos quando algo dá errado. Afinal, ele não decidiu nada, não optou e se quer opinou. E agora o problema está ali, pedindo solução. E ele, como foi desde o começo, não terá qualquer responsabilidade por resolvê-lo.


Caso a relação tenha começado assim, não quer dizer que ela tenha que terminar assim, se quer que ela tenha que acabar. Uma boa conversa, franca e objetiva, pode resolver o assunto. Quem sabe até mais conversas, mostrando no dia a dia, exemplos de coisas que você gostaria que mudasse. Sem contar que muitas vezes essa passividade se reflete na vida sexual. Nada mais desagradável que o sexo mecânico, quase que roteirizado.

Tenha em mente que esta mudança, quanto mais demorar em ser identificada, mais tempo levará para que as coisas se encaixem como deveria ser. Na maioria das vezes, ela é possível de ser concretizada. Mas em alguns casos, tenham em vista que este modo de se relacionar é inerente ao comportamento do seu parceiro ou parceira. Você pode conviver com esta realidade ou cair fora. Quando queremos mudar o que faz parte, não do comportamento relativo mas da essência de outra pessoa, estamos fazendo qualquer coisa menos amando-se de verdade.

Algumas relações se mantêm neste formato e vão muito bem, obrigado! Psiquiatras afirmam que, quando alguém manda e a outra é mandada, de certa forma as duas precisam dessa situação comandante/comandando. É como um pacto social silenciosamente selado pelo casal e que dá certo para ambos os lados. Geralmente é a união entre duas pessoas opostas. A primeira, só sabe relacionar-se impondo duas vontades sem ouvir o próximo. A outra precisa de um empurrão quase todo o tempo. Se os dois realmente dão certo assim, quem somos nós para discutir, não é?

E você? Geralmente decide a maioria das situações? Seu parceiro é quem mais faz isso? Como costumam serem as suas relações amorosas neste sentido?


E para quem ainda está procurando a pessoa perfeita, fica a dica do "rei".





Até a próxima!
Ana Paula Dias
Idealizadora HiperSocial

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